Entrevista com a escritora Li Mendi

Obrigado Li Mendi pelo carinho e atenção




1-Lendo um romance, vendo um filme, uma novela, gostaria de mudar o final? Citar exemplos?
Eu não gostaria de criticar as obras de outros autores, pois, cada um teve uma intenção. Mas, posso emitir a minha opinião de que eu não gosto como consumidora de comprar uma obra de ficção com final triste e desastroso. Eu fico depressiva e super triste ao terminar. Não vou dedicar os momentos mais preciosos da minha vida para me sentir mal por uma história não real. Se me dizem que a obra pode trazer esse efeito, eu não consumo. Seja filme ou livro. Podem chamar isso de imaturidade, eu diria que é uma escolha. Ninguém precisa seguir modinhas.

2-Quando percebe, porém, que a persongem está fraca, que as idéias estão murchas, você recomeça ou adota a ironia em relação a elas?
Já aconteceu em Será uma Vez 2. A personagem era gordinha e o seu par tinha a narração dos seus pensamentos. Eram ideias duras e preconceituosos. Mas, ele não falava, só pensava. O que é natural de todo ser humano. Mas, os leitores não gostaram e reclamaram muito. Eles não estava preparados para ouvir a verdade do personagem. Então, entendi que há um limite. Há uma busca de prazer nos livros. Eu refiz e mudei a história para uma outra diferente. Foi super difícil pra mim, mas, uma grande lição sobre que tipo de homens as mulheres buscam nos livros.

3-Quando inicia um texto sabe antecipadamente seu conteúdo?
Sim. Eu faço um roteiro no excell muito detalhado e monto o personagem com todas as características. Agora, claro, ideias novas podem surgir e na hora de fazer o capítulo, me surpreendo com algumas tiradas que surgem. Mas, é um trabalho profissional de planejamento.


4- Qual foi o seu primeiro e decisivo ato literário?
Tudo sempre fluiu com muita naturalidade. Acho que um momento marcante será agora, na publicação do meu primeiro Hot. Isso é diferente de tudo que fiz. Ainda está no papel, porque eu preciso estar 100% apaixonada por aquele casal. E falta lapidar. Só entrego quando sinto que vai emocionar as pessoas. Não é porque tem detalhes apimentados que é lugar comum, que é pornografia barata, como vejo muito por aí. Tem que ter drama, humor, ligação entre os personagens e um ótimo roteiro. Ainda estou aparando as arestas. Sem dúvida, será decisor.

5-Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?
Eu sempre quis ser escritora. O que aprendi na prática é que para viver financeiramente preciso de outra profissão. Trabalho duramente para pagar minhas contas e me permito ter essa segunda ocupação. Mas, um sonho eterno seria viver de escrever. Enquanto o ideal não é viável, eu faço o que está ao meu alcance e isso já é uma vitória.

6- Além de escrever, o que mais faz?
Eu sou jornalista e publicitária. Trabalho em uma empresa de Comunicação 8h por dia. Sou casada e ainda não tenho filhos, mas, quero ter em breve.

7- No assunto Finanças, mas, do ponto de vista material você vive de quê. Quem paga as contas do mês?
Como falei, sou publicitária e trabalho para pagar minhas contas. Não vivo dos livros. Aliás, se alguém hoje é muito jovem e quer pagar suas contas com os livros que vá escrever, cuidado. Recomendo, sim, fazer uma faculdade, estudar, se dedicar e arrumar um emprego. Porque se sua vida financeira estiver ok, você terá tempo, amor e prazer para escrever. Não irá sofrer tanto por ver que as pessoas de modo geral não comprarão seu produto. Estou falando isso pra os escritores pequenos, que não vendem como os best seller americanos de milhões de volumes. Sim, há autores que vivem muito bem disso, mas, estes exemplos não são tão corriqueiros. Por isso, o conselho é estudar e fazer sua carreira profissional. Alguém precisa pagar a conta da padaria.
Só para ter uma ideia de como as coisas funcionam de forma geral. 60% do valor de um livro fica com a livraria. 8% com o autor e o restante com a editora. Se um livro custa 25 reais, o autor ganha 2 reais. Por mês, para ter uma renda de 2 mil, ele precisa vender mil livros/mês. Isso é muita coisa. Agora, se você precisa ter uma família e ganhar 4 mil, quantos livros precisa vender? Essa é a realidade.
Os novos escritores que sonham no ppt, deveriam também sonhar no excell, como brinca um amigo meu. É importante medir bem as expectativas para não sofrer por frustrações.
Não estou dizendo que alguém que começou não pode amanhã estar vendendo cinquenta mil livros. Mas, é bem provável que a maioria não seja assim, então, vale garantir um canudo e um crachá também rs.

9-Música de fundo é indispensável?
Não. Eu gosto de ouvir jazz, mas, escrevo no silêncio. É mais importante o lugar. Gosto de estar sozinha, quieta, em um lugar calmo. O corpo participa da criação.


10- É notívago ou só cria à luz do dia?
Eu sou uma pessoa bastante noturno. Mas, não tem hora. O que acontece é que chego cansada do trabalho e ficar até muito tarde já é difícil pra mim. Os fins de semana, férias e feriados se tornam mais movimentados rs.

11-Seu principal critério para a escolha de uma leitura é o título, o autor ou o assunto?
Assunto. Mas, quando gosto muito do autor, compro, claro.


12- O mais difícil: a primeira ou a última frase?
Sempre a última, que no meu caso, não é a do final. Não escrevo em ordem cronológica. Faço o primeiro, o último, depois o terceiro, depois o capítulo do meio... Como tenho um roteiro pronto, vou intercalando. Então, em algum momento há um capítulo que eu fiquei "evitando" e que precisa sair rs.

13-O seu primeiro leitor: você, seu gato, um parente, amigo, editor? Ou convoca a gangue inteira para ma avant-premiére?
Sempre eu e meu editor, apenas. Não repasso para mais ninguém. Converso em reunião com ele, conto da ideia do livro, batemos um longo papo e produzo. Mas, sempre me dá um enorme frio na barriga para receber a ligação e saber o que achou.

14-quais eram seus passatempos que te levaram a querer contar histórias?
Ler muito. Chegou um momento em que eu queria criar as minhas.

15-De onde vêm os seus personagens? são inspirados em pessoas reais ou em fatos?
Eu leio muito de tudo,várias revistas, sites, olho e observo as pessoas o tempo inteiro. Gosto de conversar com gente de todas as profissões e experiências. O mundo é o meu laboratório, anoto tudo no celular ou cadernos. E vou trazer ou uma fala ou outra ou a própria sensação do momento para os livros. Há milhares de pedacinhos verdadeiros em vários e vários livros meus. Só que o que é ou não é um mistério que eu guardarei para mim. Ops..., às vezes, sou pega pelo meu marido que lê um livro meu e grita “heiiii, achei aqui uma fala sua ou uma fala minha, ou aquela cena aconteceu com fulano”. Rs
Como ele é o que está mais perto do meu mundo, às vezes, descobre e me faz rir. Pior mesmo é quando ele confunde a autora do personagem. Então, preciso explicar essa NÃO SOU EU, é a PERSONAGEM rsrs!!! Vou dar um exemplo! No livro O amor está no Quarto ao Lado (só na versão impressa e, não, na versão do site original), o personagem militar pergunta para a mocinha se ela deixaria que ele fosse para uma missão arriscada no exterior. Ela fica chateada e não quer que ele vá. Anos depois que eu publiquei o livro, meu marido foi convidado para trabalhar na ONU. Então, ele me perguntou se eu o deixava ir. Eu disse que sim, né? Então, ele passou 6 meses no Haiti.
Quando voltou, disse que tinha muito medo que eu dissesse não a sua pergunta. Então, questionei de onde tirou isso. Ele: Ué, a Jeny do seu livro não queria que o Juan fosse pro exterior... Eu: Jeny, quem é Jeny? Ele: Do seu livro amor, está lá, eu li!! Eu fiquei olhando pra cima, de olhos fechados e lembrei da cena. Então, respirei fundo: Eu já falei que eu NÃO SOU a Jeny, ela é só um personagem ok?! Rsrs. Viram? É difícil as pessoas entenderem que livro escrito de forma profissional não é uma catarse, não é um diário, é um processo de elaboração onde tudo é premeditado. Rs.


16-Qual de suas obras/personagens é seu favorito? porque? o que ele significa para você?
Pra mim, Coração de Pelúcia foi muito importante. Posso te dizer que Coração demandou meu espírito, minhas fibras da alma. Escrever um livro de um personagem cego, misturar isso com uma paixão arrebatadora, criar uma paisagem mental para ele, tornar isso sexy e romântico foi difícil A VIDA! Sério, acho que tem um pedaço vivo de mim em cada livro que as pessoas comprarem. Quem adquire diz que é muito impactante e sai apaixonado pelo Alan. Não é o livro mais vendido, mas, é muito longe a melhor coisa que eu já escrevi.






A autora Li Mendi escreve desde 2006 na web e já possui 6.500 mil fãs em sua fanpage. Semanalmente, ela publica seus livros abertos, que são seguidos pelo grupo de leitores fiéis, que se reúnem em um fanclube com já 900 integrantes. Neste, debatem temas sobre literatura, fazem encontros online para fóruns e comentam suas opiniões sobre o andamento dos enredos.
Este trabalho interativo já rendeu mais quinze livros online, que você pode ler gratuitamente no portal da autora. Um destes ganhou a versão impressa (O amor está no Quarto ao Lado, Ed. Outras Letras) e outros três foram lançados pela Editora Highlands (Coração de Pelúcia, A verdadeira Bela e Alma Gêmea Por Acaso).
Li Mendi é jornalista e publicitária formada pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem 29 anos, é geminiana e mora no Rio de Janeiro. Casada, sem filhos, ela escreve todos os dias e se comunica com os leitores após sua jornada de trabalho.



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