Entrevista com o escritor Jim Carbonera






1. O que você acha de blogueiros fanático por livros?
Especiais. Numa sociedade em que se lê raramente, ter pessoas que além de fanáticos por livros, os divulga, é algo realmente especial e merece todo o nosso carinho.

2. Lendo um romance, vendo um filme, uma novela, gostaria de mudar o final? Citar exemplos?
Ah sim. Cito o mais recente: Breaking Bad. O problema é que se eu falar o que eu faria, estarei cometendo um baita spoiler. Mas sem falsa modéstia, seria um final MUITO melhor do que o original.

3. Quando percebe, porém, que a personagem está fraca, que as ideias estão murchas, você recomeça ou adota a ironia em relação a elas?
Depende. Se ela não for importante para o contexto do livro, eu a deixo, como se fosse aquela pessoa água de salsicha que volta e meia passa pela nossa vida. Sem acrescentar em nada. Entretanto, se ela tiver certa importância para obra, recomeço ela ou tento tratar os pontos falhos da personagem.

4. Quando inicia um texto sabe antecipadamente seu conteúdo?
Sim, gosto de ter uma ideia geral da criação. Porém, durante a obra, acrescento muitas outros elementos a narrativa.

5. Qual foi o seu primeiro e decisivo ato literário?
Ler o livro Factótum do escritor Charles Bukowski. A partir daí, vi que a literatura poderia ser muito mais cotidiana e realista do que eu imaginava.

6. Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?
Não, pois não fazia ideia se teria competência para isso. Escrever livros como hobby, não me serviria. Então ia escrevendo meus rascunhos e postando em um blog. Conforme elogios eram feitos, vi que tinha potencial para seguir adiante. E, respeitando à literatura, decidi seguir a profissão. E não tratá-la como um passatempo.

7. Além de escrever, o que mais faz?
Durmo, como, vejo filmes e seriados, leio, passeio com o meu cachorro, namoro, faço sexo, escuto rock and roll e exploro a boêmia porto-alegrense.

8. No assunto finanças, mas, do ponto de vista material você vive de quê. Quem paga as contas do mês?
Moro com meus pais. E, num primeiro momento, não tenho pretensão de sair de casa. Tenho total liberdade, não posso me queixar. Mas quem paga minhas contas sou eu. Tento, aos trancos e barrancos, sobreviver da literatura. Como eu respondi na perguntar 6, não trato a literatura como um simples passatempo. E sim, como uma profissão. Se não conseguir levar adiante, daí eu vejo o que faço. Mas só saberei se tentar. E tenho fé que conseguirei.

9. Música de fundo é indispensável?
Sim. De preferência blues.

10. É notívago ou só cria à luz do dia?

100% notívago. Eu, os morcegos e as baratas.

11. Seu principal critério para a escolha de uma leitura é o título, o autor ou o assunto?
Assunto. Acho bobagem que como escritor seja obrigado a ler de tudo, até mesmo um estilo que eu não goste. Essas verdades absolutas me chateiam pra caralho. Leio normalmente o que me dá prazer. Uma ou outra vez posso abrir uma exceção. Porém, não me obrigo a explorar mundos que me incomode e me traga enfado.

12. O mais difícil: a primeira ou a última frase?
Primeira. Pois é a partir dela que a maioria dos leitores (exceto aqueles que leem a última frase do livro antes da primeira) irão dar prosseguimento a obra. A primeira frase e uma espécie de cartão de visita do livro.

13. O seu primeiro leitor: você, seu gato, um parente, amigo, editor? Ou convoca a gangue inteira para ma avant-premiére?
Amigo. Tenho um que além de ser muito competente em avaliar meus originais, é sincero. Sabe separar a amizade do profissional. E se tiver que dizer que está uma porcaria o meu original, não pensa duas vezes em me falar.

14. Quais eram seus passatempos que te levaram a querer contar histórias?
A madrugada. Há muitas histórias nesse período do dia. Acho que as pessoas expõe mais o lado verdadeiro delas. Sem atuação ou encenação. Se deixam contaminar pelos demoniozinhos internos. O lado mais sombrio que carregam, aquele que normalmente gostamos de esconder.

15. De onde vêm os seus personagens? São inspirados em pessoas reais ou em fatos?
Os dois. Alguns são ficcionais. Criação da mente. Outras são inspiradas em pessoas reais. Assim como o conteúdo do enredo; uns verdadeiros, outros invenção.

16. Qual de suas obras/personagens é seu favorito? Por quê? O que ele significa para você?
Meu personagem favorito é protagonista das minhas obras, Rino Caldarola. Ele é corajoso e autêntico. Tem um desprezo pela sociedade que às vezes eu também gostaria de ter. E é sincero ao extremo, o que volta e meia é confundido com arrogância e antipatia.

17. Algumas curiosidades sobre você e seus livros?
Sou destro, amante das artes subversivas e transgressivas e, apesar de gaúcho, não bebo chimarrão. Sobre os meus livros, uma curiosidade é que foram escritos no outono/inverno. E minha primeira revisão, depois que os finalizei, foi na primavera.

18. Você já tem algum livro novo em mente para ser publicado?
Sim, assinei contrato mês passado com uma editora de São Paulo. Provável que entre agosto e outubro minha nova obra seja lançada. Se chamará Royal 47. Falará da relação, quase íntima, de um aspirante a escritor com sua máquina de escrever. Além de relatar acontecimentos da nova fase da vida do protagonista. 




Pontos de venda:

Acesse: www.jimcarbonera.com e saiba onde adquirir seu livro.

Site oficial: jimcarbonera.com

​Facebook: facebook/jimcarboneraoficial

Instagram: @jimcarbonera



2 Comentários

  1. Super legal a entrevista!
    Já vi o livro "Verme" em diversos blogs.
    Adorei seu blog. Seguindo já.
    Bjs!
    http://garotoliterato.blogspot.com.br/

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  2. Gente, esse livro é incrível (Verme!) MUNDO LEIA

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Ola divirta-se fica a vontade sua opinião é muito importante para nossa equipe
bjks até a proxima. *-*

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