Bom, é a primeira vez que eu estou participando de um blog propriamente dito, mas possuo um tumblr onde posto minhas aventuras pelo mundo da escrita, e atualmente sou o editor e idealizador do jornal online da minha escola, que está em fase de desenvolvimento. Eu escrevo de tudo, desde crônicas até romances (rs). Não quero me prolongar demais nessa apresentação, pois acho que a melhor forma de me conhecer é através do que eu escrevo. Então, decidi pôr aqui um pequeno conto meu, para que vocês conheçam mais do meu trabalho. Abraços!
AS MENORES COISAS
Agora vejo que um dia fui feliz. Agora que a sombra da morte paira sobre mim, recordo-me dos lugares onde vivi. Ainda sinto o frescor que emanava de um fino riacho que passava rente à casa onde cresci, com sua água límpida apenas perturbada pela dança dos peixes que nele viviam. E eu sorria ao ouvir o leve ruído da água a correr, como se consigo a correnteza levasse toda tensão presente em meu corpo. E a paz desta paisagem, enfraquecida em minha memória e afundada por minhas inúmeras dores físicas, ainda faz-me sorrir.
Agora a solidão me cerca. E ela é escura, amedrontadora.
Penso, aqui, em meu leito de morte, na minha pobre mãe que deixei em busca de minha liberdade. Em busca da felicidade que não vim a encontrar. Com promessas vazias de retorno e abraços molhados de lágrimas salgadas e doloridas. E culpo-me por não ter olhado para trás, por ter sido egoísta. Culpo-me por ter desejado mais.
A vertigem que confunde meus olhos é como a névoa fria das manhãs de inverno. Agora noto como fui precipitado, amaldiçoando tal presente da natureza. Sei que não vou voltar a vê-la.
Lembro-me de meus irmãos, quais criei, em quais busquei exemplo. Como apoiei suas decisões, sustentei suas mentiras, ouvi seus prantos, forneci apoio em suas quedas. E a espera eterna por uma visita deles aqui, onde sei que a vida há de me deixar, corrói-me por dentro. Meu coração fraco implora e grita por um flash nítido de seus rostos. Mas tudo que meu cérebro o permite ter são imagens de quando éramos jovens. Os últimos anos foram, em suma, amontoados de derradeiras decepções. A cada noite implorava para esquecer o dito ao dia. Agora culpo-me por não recordar palavra.
Embora eu ainda lute, hei de ceder, cedo ou tarde. Quando partir quero estar sonhando com os dias que a chuva lavava os céus, e molhávamos-nos em sua gélida precipitação, esquecendo de qualquer desânimo ou tensão. Eram dias de pura alegria. E ainda assim os ignorava, pois sempre havia a perspectiva de mais um. Sempre havia planos para o próximo. Focava no futuro quando devia viver o presente. Agora os momentos felizes do passado me angustiam, me tiram o sono.
Sei que estas são épocas há muito deixadas para trás. E a beleza dos pores do sol que assistia da varanda de casa me faz muita falta. Agora que sinto o frio me cercando e o vazio tomando meu corpo percebo o quanto menosprezei a riqueza de cores do amanhecer. E envergonho-me de quando deixei de notar as menores coisas. Pois nelas a felicidade se esconde, esperando que alguém a encontre.
P.S. Espero que vocês tenham gostado. Se sim, se não, comentem! Eu adoraria saber a opinião de vocês! Se vocês quiserem sugerir postagens, leituras, resenhas etc, deixe um comentário ou me contate pelo email: francescoprocat@gmail.com .
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Beijos!
Eu gostei.
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