Não há muito da trama de Os Pássaros que possa ser revelada sem entregar o filme. Tudo o que disser é muito. E não o que possa ser dito sobre Os Pássaros que resuma sua profundidade. Tudo o que disser é pouco.
Desde seu lançamento em 1963, o filme manteve uma questão. "Por que os pássaros de Bodega Bay comportam-se daquela maneira?".
A resposta? Nem o próprio Hitchcock tinha.

Inovador para o seu tempo, The Birds (que levou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais) nos traz uma atmosfera caótica, apocalíptica, opressora, desafiadora. Tudo é estranho, tudo está fora de seu devido lugar.

Cena de Melanie sendo falsiane
A trama inicia-se quando Mitch (Rod Taylor) entra em uma loja de pássaros para comprar lovebirds, com os quais presenteará sua irmã caçula. Uma jovem e impulsiva Melanie Daniels (Tippi Hedren), faz-se passar por uma vendedora para aproximar-se do homem, por quem desenvolve um certo interesse. Interesse este que a faz dirigir até a cidade onde ele passará o final de semana com a mãe e a irmã para levá-lo os pássaros.
No entanto, no caminho para a casa de Lydia (Jessica Tandy), mãe de Mitch, Melanie é atacada por uma gaivota, o primeiro de muitos pássaros a agir estranhamente na cidade.

A atmosfera do filme é em parte romântica — a subtrama do romance de Melanie e Mitch — e em parte um filme de sobrevivência — os repentinos e sucessivos ataques dos pássaros.
Com um roteiro forte e inteligente, o filme busca conceitos do cinema francês (nouvelle vague), estabelecendo um final incerto e intrigante, que dá margem à inúmeras interpretações.
E talvez a principal "face" do filme — a que mais se destaca — não seja o romance entre Mitch (o típico advogado da cidade grande, mas que valoriza o sossego da cidade pequena) e Melanie (a mimada filha de um dono de jornal, acostumada a viagens luxuosas e futilidades), mas a saga de Melanie na tentativa de conquistar a confiança de Lydia, que se mostra uma mãe possessiva e com um medo irracional de abandono.

O filme é um ótimo exemplo da genialidade de Hitchcock, que com uma trama simples, sem trilha sonora, utilizando apenas do talento de seus atores e um roteiro eficiente (inspirado em um conto de Daphne Du Maurier), consegue criar tensão, expectativa, empatia, surpresa e estranhamento no público, mesmo após mais de 50 anos de sua estreia original.



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